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Novo presidente quer tornar FNDE referência em gestão financeira da educação brasileira .
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Publicado em 02/03/2019 21:56:06

Com mais de 40 anos de expertise na área de finanças, administração e educação, o novo presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), professor Carlos Alberto Decotelli, destaca que vai priorizar a atuação da autarquia como um gestor estratégico de recursos para a educação no Brasil. Na nova gestão, Decotelli também reitera a importância do respeito ao uso dos recursos públicos com processos mais transparentes à sociedade brasileira.

A posse do novo presidente foi realizada na manhã desta quinta-feira, 21, na sede do Ministério da Educação. Durante a solenidade, o ministro da Educação, professor Ricardo Vélez Rodríguez, destacou que o FNDE deve ter uma função pedagógica na gestão dos recursos e investimentos para a educação brasileira. “O Fundo não é somente um agente repassador, mas um instrumento cooperador estratégico para o financiamento e desenvolvimento da educação no país”, disse. “A gestão de Decotelli será uma gestão como professor, no sentido de ensinar a gerir melhor nossos recursos a serviço da sociedade.”

Vélez Rodríguez ressaltou, ainda, que a gestão do FNDE, bem como de todas as instituições governamentais, deve estar próxima às realidades locais de cada cidadão. “Devemos estar mais presentes onde o cidadão mora, nos municípios, para ensiná-los a saber pedir, gerir e acompanhar os recursos com total transparência”, concluiu.

O professor Carlos Alberto Decotelli detalhou o que pretende fazer à frente do FNDE. “A proposta é que o FNDE mude a sua atuação de agente repassador para cooperador na formulação estratégica da gestão dos recursos públicos destinados à educação, maximizando potencialidades, adequações e responsabilidades na implementação dos programas já identificados pela sociedade brasileira como vitais ao crescimento humano, desenvolvimento intelectual e mobilidade entre escola e residência dos brasileiros.”

Para Decotelli, sua principal contribuição será na melhoria das políticas públicas em finanças com a aplicabilidade de tecnologias atualizadas. Segundo ele, a intenção é dar suporte financeiro à educação brasileira, no intuito de tornar o Brasil uma nação desenvolvida e cientificamente preparada.

Sobre as estratégias que pretende implementar na gestão financeira da educação do Brasil, o novo presidente ressalta a criação de três núcleos fundamentais para o primeiro ano. O primeiro deles vai validar os resultados alcançados pela instituição, por meio de metas quantitativas e qualitativas.

A segunda ação será investir na criação de um escritório de gestão de projetos, em que os programas do FNDE serão transformados em projetos educacionais para finanças, com escopo de riscos e custos definidos. “Seguiremos a trilha do que há de mais moderno internacionalmente, na estrutura operacional, para dar consequência e integridade a tudo que fizermos no FNDE”, destaca Decotelli.

Outro ponto primordial são os acordos de cooperação técnica. Segundo o novo presidente, a ideia é trazer ao FNDE uma identidade de referência e excelência aliada às práticas internacionais. “Não faremos nada sem que haja fidelização e validação de instituições como o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e a Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence), vinculada ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).”

Decotelli pretende criar, ainda, uma certificação para todos os profissionais e colaboradores do FNDE. “Essa certificação vai balizar os conhecimentos dentro da instituição, como entender melhor o que fazem, para o que fazem, e como funciona. Isso auxilia numa melhor entrega dos resultados à educação do país e à sociedade”, explica o novo presidente.

Transparência – A redução do passivo de prestação de contas pendentes do Fundo, bem como a implementação de um sistema on-line para acompanhamento do uso dos recursos públicos, é uma das primeiras metas a serem seguidas pela nova gestão. Decotelli explica que a ação é primordial para o bom andamento das contas públicas, além de resgatar e fortalecer a relação de confiança e integridade com a sociedade brasileira no trabalho prestado pela instituição. “Temos como principal foco reduzir drasticamente os atrasos e acúmulos nas contas. A meta é, daqui até um ano, que tudo isso esteja em uma plataforma on-line para a sociedade brasileira ter acesso às contas em dia do FNDE”, complementa.

Em consonância com recente acordo firmado entre o Ministério da Educação e o Ministério da Justiça para apurar indícios de corrupção no âmbito do MEC e de suas autarquias nas gestões anteriores, o novo presidente ressalta que o FNDE dará todo o suporte necessário para uma parceria contínua durante as investigações. Decotelli também destaca que o Fundo vai melhorar o diálogo com o Tribunal de Contas da União (TCU), com total segurança no cuidado com os recursos públicos.

Experiência – Financista, professor e coautor dos livros Administração Bancária, Gestão de Finanças Internacionais, Gestão de Riscos e Derivativos, e Matemática Financeira, Decotelli realizou pós-doutorado na Bergische Universitãt Wuppertal, na Alemanha; é doutor em administração financeira pela Universidade Nacional de Rosário, na Argentina; mestre em administração pela Fundação Getúlio Vargas – FGV/EBAPE; MBA em administração pela FGV/EBAPE/EPGE e bacharel em ciências econômicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ. Com domínio sobre os temas relacionados a finanças, administração e educação, o novo presidente do FNDE também foi criador do curso Gestão Financeira Corporativa no New York Institute of Finance e coordenador de Finanças Corporativas Internacionais na FGV.

Ao longo de sua carreira acadêmica, Decotelli acompanhou de perto os desafios da educação, acumulando vasta experiência na área. Foi professor de Pós-Graduação em Finanças na Fundação Dom Cabral e na FGV; professor e membro da equipe de criação do curso de Pós-Graduação em Finanças na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), juntamente com os professores Sergio Moro, Edgar Abreu e equipe nacionalmente reconhecida. Foi pioneiro no Brasil na criação dos cursos MBA Finanças no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), juntamente com os professores Paulo Guedes, Roberto Castello Branco e Antônio de Araujo Freitas Junior. Também lecionou a disciplina métodos quantitativos aplicados ao design na Universidade Federal do Paraná.

Após se graduar Oficial da Reserva da Marinha, o novo presidente do FNDE também atuou como professor e coordenador do Jogo de OMPS na Escola de Guerra Naval (EGN), no Centro de Jogos de Guerra, com apoio do Almirante Almir Garnier.

FNDE – Com orçamento previsto para 2019 de cerca de R$ 55 bilhões, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação, é responsável pela maioria das ações e programas da educação básica do país, além de atuar também na educação profissional, tecnológica e no ensino superior. Suas competências vão desde projetos de melhoria da infraestrutura das escolas à execução de políticas públicas.

Entre os principais programas estão: Alimentação Escolar (Pnae), Proinfância, Caminho da Escola, Dinheiro Direto na Escola (PDDE), Programa Nacional do Livro e Material Didático (PNLD), Programa Banda Larga nas Escolas e Plano de Ações Articuladas (PAR). Além dos programas, o Fundo também é responsável por repassar o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e Salário Educação a estados e municípios.